terça-feira, junho 21, 2005

Finalmente, louca e sem tratamento.

... E então, noto que tinha dúvidas quanto a mim mesma; dúvidas simples, mas ainda mais simples de serem solucionadas.
Era possível ainda andar sozinha? Não sabia mais, pois sempre uma muleta me acompanhava, de perto ou de longe. Quando com muita dor, sempre haviam remédios que a acalmavam, mesmo quando ela fosse necessária.
Mas... quando o medo da aceitação (ou mesmo não aceitação) vem de um quase alter ego _porque é isso que acaba se tornando_, quando a gente passa a acreditar que nada nem ninguém é capaz de nos compreender, acredito ser hora de se fazer uma pausa.

Talvez realmente ser alvo de uma disputa seja uma boa premiação subconciente. Talvez lutar e se ver optada também (ok, são dois casos completamente diferentes), mas nem sempre sabemos quando nós nos escolhemos. Eu definitivamente não sei ser a minha premiação nem a minha opção, mesmo depois de 13 anos. Talvez fosse hora, não?

Ou não. São 13 anos, realmente, e eles sempore exigem essa pausa reflexiva, antes de uma decisão definitiva. Acho que 13 sempre determinou mudança em numerologias baratas e sempre foi número de ódio nos EUA (mais um motivo para considerar), e realmente, uma fazer em que, contradizendo tudo o que me foi dito no último post, eu estou sólida, sóbria e madura, indiferente de como está minha conta bancária ou meu pé. Pela primeira vez em muito tempo estou com a alma lavada, e receios que me duravam anos finalmente saíram de mim. Estou contente com o ser que estou me tornando, bem como com as pessoas que estão entrando em minha vida.
Limpeza na vida é necessária, e quanto mais lixo a gente se permite tirar, melhores soluções parecem surgir.

... E novamente eu ouvi aquela frase, quase cotidiana, dos meus últimos 13 anos... "mesmo que tudo desse certo, ninguém entende mesmo a tua lógica"...


...E pela primeira vez isso me deu orgulho de ser realmente quem eu sou...

terça-feira, junho 14, 2005

Essa me foi uma semana pesada, e leve ao mesmo tempo. Tenho tido de me deparar com a verdade do tempo, e a realidade de tremer as pernas que ele pode ter na minha verdade. Falo da minha verdade porque é o fato que tenho de encarar, e o meu maior medo atual: a possibilidade de ser pseudo inválida por um período extenso e indefinido, e talvez essa invalidez assemelhe-se a forma como me vejo agora; dependendo dos outros e sem poder dar meus largos passos por opção. Talvez seja imaturidade minha ver isso, ou pessimismo, ou o pior adjetivo que poderia trazer a mim mesma: realismo. Mas, afinal, o que é maturidade? O que é isso que tanto exigem, e nunca ninguém me explicou exatamente o que era? Sinto-me leiga! Pô, cresci vendo a Xuxa e a Mara dizendo para nunca deixar o seu lado criança morrer, e realmente, eu não deixei. E não quero deixar! Pode ser essa mesma imaturidade, mas ainda deve ter um pote de ouro no final desse arco-íris! Mas voltando, não sei o que dizer... Maturidade, então, não é deixar de brincar, porque a Mara e a Xuxa são maduras; lavar as calcinhas no banho também não é um bom sinônimo (elas nunca fica muito bem enxaguadas, então chega a ser meio inconseqüente, genitalmente falando). Fazer dinheiro? Não, isso é materialismo. Materialismo... será que isso é maturidade? será que eu preciso querer ouro e aceitar total diferenciação de classes e vender a minha alma para ser madura? Hm... Talvez esse seja um caminho prático para provar algo para alguém, mas será essa uma verdade universal? Ultimamente vejo a maturidade como adjetivo para quem encara os fatos, ao invés de figir deles. Isso me leva a executivos de 50 anos debilóides com cérebro de nenéns e pimpolhos de 17 anos me dando lições de vida (será que também foi assim com a Branca de Neve?).

Bem, maturidade é uma coisa muito complexa e madura para ser pensada. Agora creio ser hore de voltar para Darshan, pois Brutus e Dorin me aguardam, e o Cavalo de Fogo já abriu a passagem...

... porque a passagem pode ser apenas uma porta para muitas pessoas, mas a minha ainda é furta cor e brilha no escuro...

sexta-feira, junho 03, 2005

Bem, tenho tentado escrever... não sei se ando muito confusa, se ainda não é a hora... depende do que penso no momento...
Acho que depois de uma experiência de 13 dias tão marcante (que, querendo ou não, sempre é_ e ainda foi longa), poucas palavras representam o que realmente penso ou sinto. Até porque muita coisa (MESMO) aconteceu naquele hospital.
Talvez o mais importante tenha sido a consolidação daquilo que tinha sido o meu último post... uma nova consciência própria que fazia tempo que não atuava tão bem. Mas é lógico que hoje vou falar do que mais me abalou (intimamente, não das coisas que vi, ouvi ou sofri), afinal, sou ou não sou uma novela mexicana? Conforme o meu médico, sim, e ainda hipocondríaca!
Deparo-me, então, com aquilo que tanto relutei para não ver e agora foi esfregado na minha cara: o quão desnecessária eu sou. Tá, mas isso era óbvio já há muito tempo... o problema está em quem faz juras do oposto, mas que quando se realmente precisa, não está ali.
Sabe? A minha idéia era de não avisar ninguém que eu estava internada. Quem me ligasse, saberia. Só fiz questão de avisar uma pessoa, que foi o único ser que me agüentou o tempo todo enquanto eu tava num péssimo humor, chorando por nada, e ele ainda dormia aqui... Como sei que ele tem o tempo restrito e que ele se preocupa muito comigo, foi o único a quem não apliquei (inicialmente) minha decisão. Minha mãe logo falharia com isso, o que foi bom para mostrar as verdades que tanto ignorava.
Voltando, talvez a culpada seja eu mesma; porque eu encarei a forma como eu fui encarada como se eu fosse uma piada, e talvez muita gente achasse que fosse uma piada. Possivelmente, todo mundo achava que eu tava me fazendo! Afinal, putz, é uma pseudo doença, pseudo sintomática, os sintomas mudam todos os dias e eu não desenvolvi nenhum deles até o fim (por sorte total!), mas não sei. Acho que por estar no hospital gostaria de ter recebido mais apoio de pessoas que me amam.
Calma, não tô falando de todo mundo! Pô, meus visitantes foram maravilhosos!!! O Alan "descendo escada" quando eu não podia me mexer, o Dani com os jogos para os "entre vômitos", a Guga e a mãe com os tricôs, o Bruno e os testes na cama para o In Metro (Ah, a cama ficou estralando um tempão depois!!!), a Malu desesperada para ver minha punção, cumadres e cumpadres da família e, é claro, a super Grazi, que desceu de Caxias p/ garantir que eu tava mesmo morrendo... hahahaha!
Falo daquelas pessoas que sempre se disseram ombros amigos, amigos de fé e irmãos camaradas, e pra quem eu garanto que fui, e num momento em que realmente essas pessoas foram necessárias, elas sumiram! Entendo quem tem medo de hospital, mas tinha telefone do lado da minha cama! Quando eu não podia me mexer, eu até preferia!!!
Pô, e por telefone aquelas pessoas que eu nem sabia se iam com a minha cara me ligaram pra me animar, ja que eu estava sozinha no hospital. Gente, é disso que falo! Talvez (até) isso seja solidariedade!!! Na verdade, é egoísmo e megalomania, mas a gente apela para os outros!
Porque eu não vou dar nome aos bois. Mas teve dois meninos em específico que me magoaram muito, simplesmente pela minha saúde ser tão desinteressante.
Então é isso que aconteceu!
Eu morri!
Para essas pessoas, eu morri!
Pode parecer drama, até porque eu sou dramática, mas que se exploda! Acredito que, se minha saúde vale, nem que seja, telefonemas ou (até) cartas de pessoas que conheço pouco, pessoas que freqüentam a minha casa deveriam considerá-la um pouco também. Mas tanto faz: to bem, to feliz e isso ninguém me tira!
Ah! Aos que estavam fazendo corrente positiva paralela, o Crô ta comendo e ta melhorando visivelmente e miraculosamente!!!
PS: Desculpem o desabafo. Precisava tirar essa ira de dentro de mim. Talvez eu devesse dar nome aos bois... Talvez outro dia...